Mais uma derrota e a pressão da torcida regatiana foi o suficiente para mudança no comando técnico do CRB
Blogueiro: Wellington Melo
Foi preciso o time regatiano entrar na zona do rebaixamento para a diretoria tomar a decisão de contratar outro técnico com um perfil capaz de levar o time a série B do Brasileirão. A torcida clamava pela saída do "projeto de técnico" Eduardo Souza. O cara estava afundando o CRB que há seis jogos não vence uma partida, perdeu o campeonato alagoano mais fácil da história, tropeçou em três jogos pela série C, dois deles jogando em Coruripe. Então o que a diretoria estava esperando desse treinador?
Assisti ao jogo contra o Botafogo-PB, lá na Confraria do Rei onde dezenas de alvirrubros se encontraram para acompanhar a partida do Galo. As críticas eram muitas, tanto em cima do comando técnico, como também na cúpula administrativa do CRB. Ao final da partida e com a derrota todos eram unânimes em pedir a cabeça do treinador.
Durante a semana a diretoria dispensou 7 jogadores, manteve a comissão técnica e contrariou grande parte dos regatianos que não pouparam críticas aos dirigentes pelas emissoras de rádio e pelas redes sociais.
Finalmente precisou o time sofrer mais uma derrota, entrar na zona do rebaixamento para o Eduardo Souza entregar o cargo e cair fora. Alívio para os torcedores que esperam a partir de agora que os jogadores tomem vergonha na cara e honrem a camisa e os salários que recebem em dia no CRB. É hora de virar a página e começar a encontrar o caminho das vitórias, ou então a torcida vai continuar cobrando bastante de todos os jogadores, da nova comissão técnica e da diretoria.
O torcedor alvirrubro não é burro, pelo contrário, é inteligente e sabe, em parte, o que está errado lá dentro do CRB. Para muitos cronistas esportivos o torcedor age e fala só pelo lado da paixão. Discordo destes profissionais e defendo que o torcedor também é movido pela razão e entende de futebol. Ouvi muitos regatianos reclamando de parte da imprensa local que defende os interesses do clube e de seus dirigentes e faltam com a verdadeira informação dos bastidores do clube. Ou seja, para muitos torcedores regatianos existe alguns jabazeiros de plantão que transmitem apenas o que interessa aos dirigentes. Será?
Esse assunto "Jabar" incomoda a muitos setoristas de clubes de futebol e não é novidade no futebol brasileiro e alagoano. A propósito do assunto, o jornalista Bruno Soriano, da Gazeta de Alagoas, publicou em seu blog, em 25 de março, o texto a seguir:
O jabá no Jornalismo esportivo
"Eis um assunto que, modéstia à parte, não me incomoda, apesar de
saber que ele também existe, e com força, aqui em Alagoas. Com todo o
respeito aos colegas cronistas, o jabá no jornalismo esportivo também é
fruto, além da má formação profissional, da má remuneração de setoristas
que não vivem apenas o dia a dia do clube, tendo que recorrer a outras
atividades, alheias ao futebol, para complementar a renda – em alguns
casos, opta-se pelo caminho mais fácil, cedendo à ‘camaradagem’ de
dirigentes que gostam de maquiar a divulgação das informações que nos
chegam, calando as possíveis críticas.
Também existem aqueles que, em nome da audiência, arriscam-se no
perigoso mundo da especulação, fomentando o lado obscuro da rivalidade
entre os clubes e, com isso, incitando a violência entre as torcidas.
Porém, o mais revoltante é saber que ainda existe ‘profissional’ capaz
de se vender até por um jantar, incorrendo no risco de perder por
completo, da noite para o dia, a credibilidade de um trabalho geralmente
construído à base de muito suor.
O escândalo estourou na Bahia, onde uma rádio teria embolsando R$ 24
mil do Tricolor nos últimos sete anos, com radialista chegando a receber
R$ 400,00 para transmitir – com ‘rabo preso’, ou seja, sem isenção
alguma – uma única partida.
E também é hipocrisia dizer que cronista esportivo nunca teve sua
preferência, salvo raras exceções – os mais corajosos assumem gostar
apenas de clubes do Sul. Cresci ouvindo as histórias de meu saudoso pai,
que deixava a Pitanguinha, a pé, com um bandeirão às costas. Já estive,
sim, no Rei Pelé como torcedor, mas resolvi me dedicar àquilo que amo,
que é escrever sobre futebol. E acredito ainda conseguir fazê-lo a
contento.
No último domingo, quando o Bahia derrotou o Vitória por 2 a 0, a
torcida tricolor exibiu um faixa contra os profissionais supostamente
envolvidos no que ficou conhecido como o ‘caso jabá’. Os manifestantes
quase foram barrados na Arena Fonte Nova, onde uma rádio chegou a pedir,
ao vivo, que a polícia retirasse o cartaz acima.
E se o protesto não surtiu o efeito esperado, bobagem. Afinal, o
‘jabazeiro’ não se sustenta por muito tempo, dada a eterna exigência do
torcedor, restringindo ainda mais um mercado já tão competitivo.", escreveu o jornalista Bruno Soriano.
Técnico Ademir Fonseca está de volta ao CRB
A direção do CRB confirmou, no domingo, a contratação do técnico
Ademir Fonseca. O novo comandante do Galo chega na terça-feira e estreia
sábado contra o Fortaleza. Ademir Fonseca já passou pelo Galo em 2000 e foi bicampeão estadual em 2013.
O mineiro Ademir Fonseca dos Santos tem 50 anos e estava trabalhando
neste ano no Oeste e também no Anápolis. Ele tem a missão de colocar o
CRB no caminho das vitórias e conquistar o acesso para Série B.
"A torcida tem que ter paciência, pois estamos trabalhando para buscar o
acesso nesta temporada. Fechamos com o técnico Ademir Fonseca, que
chega na terça-feira", disse o presidente Marcos Barbosa.
Apelidado de “Rei do acesso”, Fonseca acumula passagens por
clubes como Ituano-SP, Joinville-SC, Ipatinga-MG, Vila Nova-GO, São
Caetano-SP, Goiás-GO, Fortaleza-CE e ABC-RN.
O novo comandante técnico tem pela frente o desafio de fazer o time engrenar na Série C do campeonato brasileiro. Sem muito tempo para lamentações, é hora do time reagir na competição e
na próxima rodada o CRB entra em campo no sábado (24), às 16 horas, em
um duelo bastante importante contra o Fortaleza. O jogo será
realizado no Estádio Domingão, em Horizonte/CE.
Avante Galo!
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