Blogueiro: Wellington Melo
Olá torcedor alagoano, a seguir veja uma reportagem especial que fiz para o meu "Trabalho de Conclusão de Curso - TCC", em Comunicação Social do Curso de Jornalismo, do Centro Universitário CESMAC. A Reportagem foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2014 e teve como objetivo principal apurar sobre a real situação das categorias de base dos principais clubes de futebol de Alagoas, suas estruturas e as condições que os mesmos oferecem a jovens atletas que sonham em um dia ser jogador de futebol profissional.
Esse foi o principal desafio dessa reportagem. Conhecer a realidade, as causas e consequências que possam trazer conhecimentos e contribuir para uma melhor estrutura dos clubes e a excelência na formação de novos atletas profissionais.
O fato é que o futebol alagoano ainda é muito carente em estrutura e investimentos nas categorias do futebol amador. Clubes centenários e tradicionais, a exemplo de CRB e CSA, ainda tentam alcançar uma condição mínima e adequada para oferecer a esses novos talentos. Com isso, perde o clube, o futebol e os jovens que buscam um "lugar ao sol" no milionário mercado da bola.
ESPORTES
FUTEBOL. A estrutura dos clubes de futebol em Alagoas e a
formação de atletas profissionais
A CAMINHO DO FUTURO: EM ALAGOAS, CRB,
CSA E ASA AINDA NÃO SÃO REFERÊNCIAS EM ESTRUTURA PARA AS CATEGORIAS DE BASE
WELLIGTON MELO
REPÓRTER
REPÓRTER
Ser
jogador de futebol no Brasil é um desejo de muitas crianças. Se tornar um ídolo, vestir a camisa de um grande
clube e conquistar milhares de torcedores
é o sonho de muitos jovens que ainda estão iniciando a carreira no esporte mais
popular do mundo - o futebol. Em Alagoas, CRB, CSA e ASA se destacam pelo
tamanho de suas tradições. Historia é o que não falta para falar desses clubes
da terra dos Caetés. Mas,
para poder desfilar os primeiros passos e
mostrar o talento como jogador de futebol, os garotos precisam
ter o mínimo de estrutura oferecida pelo clube, como os
campos de treinamentos, materiais esportivos, bolas, além de uma comissão
técnica competente destinada para as categorias de base.
Garotos da base do CRB treinam em CT alugado ao
Corinthians
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No
futebol alagoano, o cenário das estruturas dos principais clubes para com as
categorias de base ainda é considerado regular. As equipes avançaram e estão se
reestruturando nos últimos anos, mas ainda falta muito para chegarem a grandes
patamares. Apesar de todas as dificuldades e limitações financeiras vividas pelos
clubes, muitos atletas foram revelados para o futebol brasileiro ao
longo da história de CRB e CSA.
Um exemplo mais recente foi a convocação do
jogador alagoano e meia do Hoffenheim, da Alemanha, Roberto Firmino para jogos
amistosos da Seleção Brasileira. Aos 14 anos de idade, Firmino começou a
carreira na base do CRB, em seguida se transferiu para o Figueirense, de Santa
Catarina, até chegar ao clube europeu, onde atualmente é titular e
veste a camisa de número 10.
CSA avança em melhorias para o CT Gustavo Paiva
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"Quando
recebi a ligação e avisaram sobre a convocação de Roberto Firmino para a Seleção
Brasileira, eu me arrepiei. Isso é um motivo de orgulho e satisfação para
todos que fazem o CRB. Além da convocação fiquei mais contente com a
descrição que o técnico Dunga fez, elogiando a força, a técnica e o caráter
desse jogador", conta o técnico alagoano com mais títulos conquistados
nas categorias de base, Luiz Guilherme, também conhecido como "Papão de
títulos".
Técnico vitorioso
destaca os avanços na estrutura das categorias de base do CRB
São 15h27 de uma sexta-feira. Mais uma semana de
treinos vai se encerrando para as categorias de base do CRB, no
estádio Nelson
Peixoto Feijó, localizado no bairro Tabuleiro do Martins, parte alta de Maceió. Um dos nossos principais personagens esta lá, com o apito na mão e gritando:
"Vamos lá! Volta
o jogo! Isso, isso!". Esse é Luiz Guilherme, que há 31 anos é técnico das
categorias infantil e juvenil do clube. Durante todo esse tempo, ele acumula
muitos títulos e relembra nomes de atletas que conseguiram um "lugar ao
sol" no futebol brasileiro e mundial. São tantas as conquistas que
Guilherme nem sabe o número exato de títulos.
Luiz
Guilherme técnico das categorias de base do CRB
|
"Já tivemos a
oportunidade de participar de torneios sul-americanos a nível mundial, vencemos
diversas edições do Campeonato Alagoano categorias sub-15 e sub-17 e
conquistamos por varias vezes o Torneio SESI/TV Gazeta. Um dos fatores que me
orgulha, além disso, são as conquistas com invencibilidade. Vencemos várias
competições sem perder uma partida", lembra Luiz Guilherme. Atualmente, as
categorias de base do Clube de Regatas Brasil (CRB) funcionam no estádio Nelson
Peixoto Feijó. Os treinos e os jogos se alternam com o Centro de Treinamento
Eurico Beltrão, localizado ao lado. A estrutura está cedida por empréstimo ao
CRB até junho de 2015.
No ano passado, o
presidente do clube vendeu a sede e o estádio que era situado no bairro da
Pajuçara para quitar dívidas trabalhistas e fiscais. Com os recursos que
sobraram, a direção está construindo um novo Complexo de Treinamento, na
cidade da Barra de São Miguel, litoral sul de Alagoas. "Hoje a estrutura
física do CRB está bem melhor e a tendência é que ela cresça com o novo CT.
Essa direção tem muito comprometimento com as categorias de base do clube,
mantendo sempre os salários dos funcionários em dia e oferecendo o melhor para
que no futuro o CRB consiga revelar muitos atletas para a equipe profissional",
destaca o técnico Guilherme. A base regatiana é formada por atletas com 13,
15, 17 e 20 anos de idade. Questionado sobre a
pouca quantidade de atletas que o CRB e o futebol de Alagoas vem revelando nos últimos anos, Luiz Guilherme disse que, no passado, havia uma sintonia entre as
categorias de base e o profissional. "Quando o atleta saia do infantil e
chegava ao juvenil, havia um mesmo estilo de jogo. 0 trabalho do infantil tem
que ter sequência nas categorias subsequentes até chegar ao profissional".Firmino iniciou carreira no futebol alagoano até chegar à seleção brasileira. |
ROBERTO FIRMINO
Atleta iniciou na base do CRB, corn passagem pelo
Figueirense e atualmente no Hoffenheim, da Alemanha.
Convocado
pela primeira vez para a seleção brasileira.
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O lado azul
Outro clube importante de Alagoas, o Centro
Sportivo Alagoano (CSA) tem tido, nos últimos anos, uma grande reformulação
em
sua estrutura física do Centro de Treinamento, localizada no bairro do
Mutange, em Maceió. Antes, o que era um lugar quase "abandonado" e
"esquecido" por muitos, hoje, se tornou em um espaço digno para a
história dos 101 anos do clube. 0 CT ganhou dois novos campos de treinamentos,
estacionamento, refeitório, sala de imprensa e troféus. Agora, os próximos
passos da direção é ampliar as acomodações para as categorias de base. "0 pensamento
da atual direção é realizar uma grande intervenção nas acomodações para as
categorias de base, que ainda não é adequada, e não oferece o conforto
necessário para os atletas. Nesses últimos dois anos, as acomodações passaram
apenas por pequenas reformas emergenciais. A base precisa melhor ser aparelhada
de condições ideais para um trabalho promissor no futuro. Atualmente, os
garotos estão utilizando as acomodações do departamento profissional. A base
também não dispõe de transporte próprio e
faltam recursos específicos para a
formação de novos atletas. Ainda assim, conseguimos revelar bons jogadores, que
na próxima temporada serão aproveitados na equipe profissional",
acrescentou o vice-presidente de patrimônio do CSA, Raniel Holanda.
CT do CSA com novos campos para as categorias de base |
Raniel
Holanda: prioridade é o patrimônio e a valorização da base
|
Diferente de outros clubes,
o CSA conta apenas com três categorias de base, formada por atletas sub-15,
sub-17 e sub-20. "As carências que ainda existem na estrutura nós
suprimos com o trabalho e a dedicação", disse o diretor de futebol da base,
Berivaldo Lins. Neste ano, nenhum atleta da base foi aproveitado na categoria
profissional no CSA. Mas, de acordo com Lins, essa já é uma situação que a
atual cúpula de futebol herdou das direções anteriores.
"Se os dirigentes que passaram por aqui tivessem
se preocupado com a base, colocando os atletas para atuar no profissional,
certamente o nosso papel hoje seria bem mais fácil. Outro fator que atrapalha
na hora de revelar um jogador é a pressão da torcida. Todos nós sabemos que o
CSA é um clube de massa que quer títulos e, de certa forma, não aceita a
inclusão de novos atletas no time profissional", disse Berivaldo Lins.
Para Raniel Holanda, o problema mais preocupante é na
categoria sub-15, pois o CSA não consegue segurar o jogador, já que a Lei Pelé
não permite que um garoto com apenas 15 anos assine contrato e forme qualquer
vínculo profissional. Os
atletas com 10, 11 e 12 anos com grande qualidade técnica não ficam no clube.
Nessa fase, o clube que trabalhou esse garoto, ofereceu-lhe toda a estrutura,
perde para um empresário qualquer, que em muitos casos leva o jogador de
graça, causando prejuízo ao clube que deu a primeira oportunidade ao jovem
atleta", desabafou o dirigente.
Dirigente diz que faltam recursos para investir nas categorias de base |
Segundo Holanda, atualmente o CSA tem um exemplo dessa situação. 0
lateral-direito Carlinhos saiu do próprio clube com 11 anos de idade. Hoje, com 31 anos, ele foi contratado recentemente para o time profissional,
visando a temporada de 2015. "Na época tiraram o garoto do CSA com 11
anos e levaram para o Vitória da Bahia".
"Isso é uma realidade que está acontecendo com todos os clubes alagoanos e do Nordeste. A questão de não revelar novos atletas não está apenas na condição estrutural para a base. Ela passa por todo um processo de falência que os clubes vivem em consequência da falta de investimentos e retorno financeiro com a valorização e a formação de novos talentos para o futebol profissional", enfatizou o dirigente azulino Berivaldo Lins.
Jovens sonham com a
carreira de atleta profissional
Batinga declara que o clube proporcionou o melhor para sua formação profisssional |
Na concentração do CSA, no Centro de Treinamento
Gustavo Paiva, no Mutange, é comum ver atletas das categorias residindo nos
alojamentos, já que o elenco profissional ainda vai iniciar a pré-temporada
de 2015 no mês de dezembro. Dois exemplos dessa situação são o goleiro Marcos
Batinga e o meia-atacante Rômulo. Ambos tiveram que deixar suas famílias para
dedicarem-se exclusivamente ao futebol. Aos 18 anos de
idade, o goleiro da categoria sub-20 do CSA, Marcos Batinga, acredita que atuar
no clube é uma grande chance em sua vida profissional. Sergipano da cidade de
Siriri, o arqueiro vai passar a integral o elenco profissional em 2015. Batinga
também destaca que a reforma realizada nos últimos anos no Centro de
Treinamento Gustavo Paiva, no Mutange, foi essencial para o aprimoramento
técnico dos atletas das categorias amadoras.
"De 2011 até agora muita coisa mudou
na estrutura. Quando eu era criança não gostava de futebol, mas quando cheguei
ao CSA, com 14 anos de idade, as coisas foram acontecendo e hoje posso dizer
que sou um atleta formado pelo clube. Até agora nunca faltou apoio e incentivo
por parte de diretores e técnicos", relata o goleiro Marcos Batinga.
Mesmo
não sendo natural de Alagoas, o atleta vê no jogador alagoano Roberto Firmino
(ex-atleta da base do CRB) um exemplo a ser seguido e a não desistir da
profissão. "0 atual momento que o Firmino vem passando é um incentivo
para os jogadores que estão iniciando nas categorias de base no futebol",
afirma o goleiro da categoria sub-20 do CSA. Outro atleta que veio
do interior de Alagoas, é o meio campista Rômulo, que também pretende aparecer
para o
Garoto sonha em ser atleta profissional pelo CSA |
Rômulo é mais um atleta da base que figura nos
planos do CSA para a temporada profissional de 2015.
A parceria que rende frutos ao ASA
Considerado por
muitos como exemplo de administração, o ASA ainda vem dando nos últimos anos
seus primeiros passos
nas categorias de base. A ideia de organizar o setor
amador do clube surgiu em 2009, quando 10 empresários da cidade de Arapiraca
constituíram uma empresa, a Arasport. Em seguida, foi firmada uma parceria
com o ASA. A união dura até hoje e cada atleta revelado o percentual é divido
em 50% para a empresa e a outra parte destinada ao clube.
Gilvan do Carmo coordenador da base alvinegra |
Ao longo dos cinco anos de parceria, o ASA já
conseguiu obter conquistas e avanços no departamento amador. Pela primeira vez
disputando o Campeonato Alagoano sub-15, em 2010, o clube conquistou o
título. Dois anos mais tarde, a base levou o título do Alagoano sub-20. Em
2012 e 2013 o ASA ficou com o vice-campeonato na categoria sub-18 e sub-15 no
ano passado. Neste ano, o time chegou a final com o CRB no sub-15, mas acabou
perdendo o título.
"Nesse período, além
do resultado de revelar atletas, também colhemos frutos dentro de campo. Esse
trabalho tem que ter continuidade e ser fortalecido. Não é nada feito para ter pressa. É
um planejamento a curto, médio e longo prazo. Só para ter uma ideia, o
CRB conseguiu o acesso à Serie B de 2015 e tem apenas um jogador revelado
por suas categorias de base no elenco, enquanto o ASA conseguiu revelar e
colocar na equipe profissional que disputou a série C oito jogadores oriundos
da base", destacou o coordenador das divisões de base do ASA, Gilvan do
Carmo.
Alojamento modesto no ASA, diz dirigente |
A
atual estrutura do ASA ainda é deficitária. Os atletas de base ficam concentrados
em uma residência alugada pela empresa Arasport que conta com três quartos,
banheiros, sala, cozinha e área de serviço. Esse panorama deve mudar para as
próximas temporadas.
A Arasport comprou um terreno e pretende construir dois
campos exclusivos para as categorias de base. As obras devem iniciar em 2015.
Ex-jogador compara passado com o presente
Silva foi ídolo do CRB na década de
70
|
"Antes o apoio era
maior, mas hoje os clubes têm melhores estruturas". Essas são as
palavras do ex-jogador Silva. Ele chegou ao CRB com 14 anos de idade e teve
toda base formada no Clube de Regatas Brasil. Silva marcou época no futebol de
Alagoas na década de 70.
"Quando iniciei a minha vida de jogador no CRB não tínhamos tanta estrutura como existe hoje, com relação campo e Estádios. Em compensação, tínhamos mais apoio e o clube me fornecia concentração, ajuda de custo, escola, psicólogo, dentista, entre outros benefícios", relata Silva. Além disso, ele conta que, o número de atletas formados nas categorias de base que se transferiam para o profissional era maior.
Outro detalhe era com relação a visibilidade. A equipe de base geralmente fazia partidas preliminares do profissional, o que ajudava na relação atleta e torcida. "Na minha época, vários atletas fizeram história no futebol de Alagoas que foram revelados pela base de CRB e CSA. Ademir, Nadinho, Zé Júlio, Roberto Menezes, Beba, Everaldo, Jeová, Capeta, Fanta, Patinha e Roberval Davino. Esses foram alguns dos muitos jogadores revelados pela base azulina e alvirrubra", lembra o ex-jogador Silva.
"Quando iniciei a minha vida de jogador no CRB não tínhamos tanta estrutura como existe hoje, com relação campo e Estádios. Em compensação, tínhamos mais apoio e o clube me fornecia concentração, ajuda de custo, escola, psicólogo, dentista, entre outros benefícios", relata Silva. Além disso, ele conta que, o número de atletas formados nas categorias de base que se transferiam para o profissional era maior.
Outro detalhe era com relação a visibilidade. A equipe de base geralmente fazia partidas preliminares do profissional, o que ajudava na relação atleta e torcida. "Na minha época, vários atletas fizeram história no futebol de Alagoas que foram revelados pela base de CRB e CSA. Ademir, Nadinho, Zé Júlio, Roberto Menezes, Beba, Everaldo, Jeová, Capeta, Fanta, Patinha e Roberval Davino. Esses foram alguns dos muitos jogadores revelados pela base azulina e alvirrubra", lembra o ex-jogador Silva.
PROJETANDO 0 FUTURO
Este é o cenário dos principais clubes do futebol alagoano no tocante as estruturas das categorias de base e a
formação de novos atletas profissionais. Enquanto outros clubes do
futebol brasileiro se modernizam, investem recursos nos garotos da base,
oferecem estruturas ideais para revelar novos talentos, os "grandes"
do futebol alagoano ainda dão passos lentos a caminho de um futuro melhor.
CRB, CSA e ASA estão todos nivelados no mesmo patamar de crescimento e
modernização. Clubes centenários e que ainda hoje deixam muito a desejar como
formadores de atletas. São estruturas tímidas, deficientes em instalações e
sem condições adequadas para os jovens que sonham em seguir a carreira profissional
nos clubes alagoanos. 0 Centro Sportivo Alagoano (CSA) avançou um pouco em
relação aos demais, atualmente conta com mais dois campos de futebol novos
para as categorias de base. No entanto, faltam investimentos nas estruturas de
alojamento, transporte e outros setores do futebol amador. A nova diretoria, no
entanto, promete valorizar mais este departamento azulino.
No Clube de Regatas Brasil (CRB), a história também não é muito diferente. 0 clube recentemente vendeu sua sede administrativa e o estádio de futebol para pagar dividas. Tanto o time profissional como as categorias de base treinam no CT alugado ao Sport Clube Corinthians alagoano. A estrutura é boa, porém não pertence aos regatianos e est[a emprestada até junho de 2015.
Apesar de todas essas
dificuldades o clube consegue fazer um trabalho de base considerado bom,
graças aos abnegados profissionais que trabalham com o futebol amador. Os
recursos são escassos, a valorização ainda não é a ideal e o CRB precisou fazer
parcerias para poder manter a base em condições de ser competitiva e revelar
alguns bons jogadores. 0
futuro promete. Segundo os dirigentes o clube terá uma melhor
condição de revelar atletas a partir da conclusão do novo 'Centro de
Treinamentos que está sendo erguido no Litoral Sul do Estado, mais
precisamente no Município da Barra de São Miguel. Até o sonho se tornar
realidade, os dirigentes regatianos estão proporcionando o que eles consideram ideal para este momento de transição
do clube para uma nova sede.
A Associação Sportiva Arapiraquense (ASA - o gigante do agreste), só começou a vislumbrar um futuro promissor para as categorias do futebol amador a partir de 2009, quando firmou uma parceria com uma empresa local — a ARASPORT. A estrutura física e de campo não é própria.
Este é o cenário dos principais clubes do futebol alagoano no tocante as estruturas das categorias de base e a
Nova área do complexo de
treinamentos do CRB na Barra de São Miguel
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No Clube de Regatas Brasil (CRB), a história também não é muito diferente. 0 clube recentemente vendeu sua sede administrativa e o estádio de futebol para pagar dividas. Tanto o time profissional como as categorias de base treinam no CT alugado ao Sport Clube Corinthians alagoano. A estrutura é boa, porém não pertence aos regatianos e est[a emprestada até junho de 2015.
Operários trabalham na construção do novo CT do CRB |
Sede da ARASPORT em
parceria com o ASA
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A Associação Sportiva Arapiraquense (ASA - o gigante do agreste), só começou a vislumbrar um futuro promissor para as categorias do futebol amador a partir de 2009, quando firmou uma parceria com uma empresa local — a ARASPORT. A estrutura física e de campo não é própria.
Segundo
o dirigente Gilvan do Carmo, a empresa utiliza-se de campos emprestados para
treinamentos da base alvinegra. 0 alojamento é uma casa alugada. A empresa
oferece o restante das condições para os atletas e a comissão técnica da base
desenvolverem um trabalho de sucesso e que rendeu bons resultados ao longo
dos quatro anos de parceria. Vários atletas foram revelados e aproveitados na
equipe principal, atualmente o ASA conta com oito garotos que subiram da base
para
o
profissional.
A empresa ARASPORT tem um projeto em andamento para construção de um Centro de Treinamentos, exclusivo para formação de novas atletas e toda uma infraestrutura para alojamento e desenvolvimento dos trabalhos das categorias de base do clube. 0 dirigente destaca que apesar das deficiências atuais do departamento amador, caso a parceria continue, o ASA tem muito a crescer e revelar novos jogadores para o futebol. "0 projeto é ousado e o planejamento é pautado em muito equilíbrio orçamentário e sem a pressa de resultados imediatos. "Pensamos no futuro do ASA e dos atletas. As metas serão alcançadas passo a passo e os objetivos com muito trabalho, humildade, dedicação e investimento na base do alvinegro arapiraquense", destacou o dirigente.
A empresa ARASPORT tem um projeto em andamento para construção de um Centro de Treinamentos, exclusivo para formação de novas atletas e toda uma infraestrutura para alojamento e desenvolvimento dos trabalhos das categorias de base do clube. 0 dirigente destaca que apesar das deficiências atuais do departamento amador, caso a parceria continue, o ASA tem muito a crescer e revelar novos jogadores para o futebol. "0 projeto é ousado e o planejamento é pautado em muito equilíbrio orçamentário e sem a pressa de resultados imediatos. "Pensamos no futuro do ASA e dos atletas. As metas serão alcançadas passo a passo e os objetivos com muito trabalho, humildade, dedicação e investimento na base do alvinegro arapiraquense", destacou o dirigente.
Advogado não enxerga saída para os clubes
caso artigo 29 da Lei Pelé não seja alterado
O advogado Natalício de Araújo Silva
entende que os contratos de atletas a partir dos 16 anos com os clubes é uma
falha grave do artigo 29 da Lei Pelé. Para ele, esse artigo da Lei vem
prejudicando as equipes de menor poder financeiro no Brasil. "0 clube
pequeno investe na estrutura, nos profissionais e nos jovens. Aí, antes do
atleta completar 16 anos, aparece o clube grande, que tem mais visibilidade e
acaba se tornando uma vitrine maior para o jogador", opinou o advogado.
Ainda
de acordo com Araújo, o clube formador do atleta acaba sendo prejudicado.
"É necessário uma mudança. Uma alternativa seria que o contrato fosse
feito com idade abaixo dos 16 anos. Outra mudança poderia ser a própria Lei
Pelé. Neste caso, haveria de ter uma cláusula que não permitisse a saída do
clube formador ate uma determinada idade, antes que a equipe usufruísse dos
benefícios que o atleta pode oferecer por conta de sua qualidade técnica".
Instituída em 24 de março de 1998, a Lei Pelé tem o objetivo de regular as
práticas do desporto brasileiro formais e não formais, inspirado nos
fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito. "Infelizmente ainda não enxergo uma
grande saída para os clubes, caso o mencionado artigo não seja alterado",
acrescentou o advogado Natalício de Araújo Silva. 0 artigo 29 da Lei Pelé diz:
"a entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o direito de
assinar com esse, a partir de dezesseis anos de idade, o primeiro contrato de
trabalho profissional, cujo prazo não poderá ser superior a cinco anos".
(Redação dada pela Lei n° 10.672, de 2003).
Historiador relata que o futebol amador
ainda é esquecido pelos dirigentes de clubes
0 jornalista e historiador
Lautheney Perdigão conta que no Museu dos Esportes, localizado no
Lautheney Perdigão fala sobre o futebol amador de
Alagoas
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Um dos exemplos de atletas que começaram a atuar no campo de areia da Praça da Faculdade foi o alagoano Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida. 0 ex-jogador foi uma referência para o futebol do Estado nas décadas de 50 e 60. Dida ganhou destaque no CSA e depois se transferiu para o Flamengo do Rio de Janeiro. Entre os títulos conquistados pelo atleta alagoano, o de maior destaque foi a Copa do Mundo de 1958, realizada na Suécia.
O historiador e jornalista conta que, ainda em 1947, no campo de areia da Praça da Faculdade, em Maceió, havia muitas disputas de competições amadoras e que de lá saíram alguns atletas para equipes profissionais da época. "Hoje em dia o que os clubes precisam é dar mais apoio aos jogadores da base, valoriza-los e dar oportunidade no time profissional. Muitos garotos tem talento e condições de jogar no profissional, no entanto, os dirigentes preferem contratar jogadores de fora, verdadeiros medalhões a preço de ouro, do que prestigiar um jovem atleta vindo da base. Isso é um equívoco e tem prejudicado bastante na formação de novos atletas", conclui Lautheney Perdigão.
Cronista Esportivo tem um olhar diferente sobre a base dos clubes
Cronista defende a
valorização do futebol amador
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Para o cronista, no Centro Sportivo Alagoano as coisas também não são diferentes. "No CSA não é muito diferente não. As condições são mínimas, apoio zero. Quando um garoto
Ônibus do CSA desativado para o transporte das categorias de base |
Paulinho Guedes sempre foi um defensor do futebol de Alagoas. Ele acredita que, se em muitas oportunidades, a imprensa do Estado agir com mais responsabilidade com o futebol amador, esta categoria tende a se fortalecer. "Desde a minha entrada no Rádio com o programa 'Domingão Esportivo' sempre dediquei a primeira parte do programa para o amador. Devido as competições de nível nacional de nossos clubes profissionais, as emissoras de Rádio não abriam espaço para o amadorismo, mas, em 2011 esta ideia veio a minha cabeça e comecei a formatar este nova projeto e junto com a direção da Rádio Difusora, encaminhei para a Direção do IZP, e as mesmos aprovaram o projeto. Assim nasceu o programa 'Difusora nos Esportes' de segunda a sexta-feira, das 20h as 21h, com excelente aceitação dos ouvintes", relatou.
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Meus agradecimentos aos entrevistados, em especial, aos dirigentes e jogadores do CSA, CRB e ASA pela colaboração e as informações. Obrigado ao meu ilustre orientador Professor Jorge Vieira, aos docentes do Centro Universitário CESMAC, ao colega Jornalista Allan Jonnes pela parceria e colaboração. A minha família que me incentivou nesse trabalho e a todos os colegas do Curso de Jornalismo que se formaram no ano de 2014.
"Orgulho de ser um Jornalista cinquentão e independente, por amor e paixão" (Wellington Melo)
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da
inteligência e o exercício cotidiano do caráter.” (Cláudio Abramo)
“O jornalista é um servidor público, não um político.” (James Linde)
“Os repórteres se dividem em três categorias: o repórter, que escreve o que viu; o repórter interpretativo, que escreve o que viu e o que ele acha que isso significa; e o repórter especialista, que escreve a respeito do significado do que ele não viu.” (Abbott Joseph Liebling)
"Quando você luta por um sonho, um ideal ou pela formação que você ama, nunca é tarde para conquistar e desfrutar dessa conquista. Ser Jornalista, foi e sempre será motivo de orgulho e a certeza que não fiquei pelo caminho da desilusão. A história é você quem faz, e para mim, ela começa agora" (Wellington Melo)
Que Deus ilumine a todos!
“Os repórteres se dividem em três categorias: o repórter, que escreve o que viu; o repórter interpretativo, que escreve o que viu e o que ele acha que isso significa; e o repórter especialista, que escreve a respeito do significado do que ele não viu.” (Abbott Joseph Liebling)
"Quando você luta por um sonho, um ideal ou pela formação que você ama, nunca é tarde para conquistar e desfrutar dessa conquista. Ser Jornalista, foi e sempre será motivo de orgulho e a certeza que não fiquei pelo caminho da desilusão. A história é você quem faz, e para mim, ela começa agora" (Wellington Melo)
Que Deus ilumine a todos!